O Mistério da Adoção
Nos
tempos de Jesus, os judeus enchiam a boca para referir ao grande Abraão como
seu pai, sua linhagem iniciada numa promessa de adoção de uma nação peculiar,
exclusiva de Deus. A uma aliança que fora feita a Israel e não compreendia
nenhuma outra nação sequer. Conforme Efésios 3:12 "naquele tempo,
estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às
alianças da promessa". João Batista reprova os de sua própria nação
em Mateus 3.9:
e não
comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos
afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
Ora,
João Batista era profeta do Deus Altíssimo. A que ele se referia quando disse
que Deus poderia, de pedras, suscitar – significado no grego: fazer nascer
− filhos a Abraão? Será que ele faz referência ao poder miraculoso
de Deus em transformar uma rocha num ser humano? Reflitamos nos textos que
seguem:
Em
Lucas 16:19-31, o texto sagrado narra a história de um rico e um mendigo
chamado Lázaro. Este Lázaro, conta a história, que jazia à porta do rico e
desejava alimentar-se das migalhas que caiam de sua mesa. Fazendo um
parêntese: esse trecho da história é semelhante ao texto de Mateus 15:22-28
onde uma mulher cananeia, estranha à linhagem de Israel, logo não era
filha de Abraão, adorou Jesus e clamou que a socorresse, Jesus porém disse:
“Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos”. Com
essas duras palavras Jesus suscitou a promessa exclusiva a Israel, aos filhos
de Abraão. Todavia a mulher disse: “Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem
das migalhas que caem da mesa de seus donos.” Jesus foi favorável a ela
graças a esse discurso movido pela fé no Cristo. Percebeu a semelhança? A história
do rico e Lázaro prossegue com a morte de ambos e, no Hades – lugar dos
mortos – o homem rico estava em tormentos e viu ao longe Lázaro que estava no
seio, no regaço, no colo de Abraão como um filho acalentado pelo pai. Logo o
rico clama a Abraão: “Pai Abraão!” Eis um enorme trauma: o rico era
filho de Abraão entretanto, Lázaro é quem fora acolhido. Que será esse
mistério?
Eis
o mistério da adoção revelado na carta de Paulo aos Efésios – Ef 1:3-5:
Bendito o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte
de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,assim como nos escolheu
nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante
ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por
meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade
Glória
a Deus! A semelhança do mendigo Lázaro, da mulher cananeia, somos estranhos à
Israel e não somos contemplados pelas promessas de Deus para com essa nação.
Todavia, Jesus, pelo seu sacrifício nos adotou, nos recebeu como filhos.
Agora sim entendo! Quando João Batista disse que mesmo de pedras pode Deus
fazer nascer filhos a Abraão. Quando Lázaro morreu não foi recebido por Davi
ou Moisés, mediador da aliança entre Deus e Israel, mas adotado pelo Pai
Abraão; o pai de Israel, confrontando toda especulação religiosa e toda
facção entre os povos, desmontando todo paradigma da limitação da promessa ao
pedgree abraâmico.
Porque não
recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados,
mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.
O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora,
se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com
Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Rm 8:15-17.
Outrora,
éramos como pedras rejeitadas, hoje, porém recebemos o Espírito de adoção,
fomos feitos filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo. Amém!
David Lira
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domingo, 24 de junho de 2012
O Mistério da Adoção
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