domingo, 24 de junho de 2012

O Mistério da Adoção


O Mistério da Adoção
Nos tempos de Jesus, os judeus enchiam a boca para referir ao grande Abraão como seu pai, sua linhagem iniciada numa promessa de adoção de uma nação peculiar, exclusiva de Deus. A uma aliança que fora feita a Israel e não compreendia nenhuma outra nação sequer. Conforme Efésios 3:12 "naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e  estranhos às alianças da promessa". João Batista reprova os de sua própria nação em Mateus 3.9:

e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.

Ora, João Batista era profeta do Deus Altíssimo. A que ele se referia quando disse que Deus poderia, de pedras, suscitar – significado no grego: fazer nascer − filhos a Abraão? Será que ele faz referência ao poder miraculoso de Deus em transformar uma rocha num ser humano? Reflitamos nos textos que seguem:

Em Lucas 16:19-31, o texto sagrado narra a história de um rico e um mendigo chamado Lázaro. Este Lázaro, conta a história, que jazia à porta do rico e desejava alimentar-se das migalhas que caiam de sua mesa. Fazendo um parêntese: esse trecho da história é semelhante ao texto de Mateus 15:22-28 onde uma mulher cananeia, estranha à linhagem de Israel, logo não era filha de Abraão, adorou Jesus e clamou que a socorresse, Jesus porém disse: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos”. Com essas duras palavras Jesus suscitou a promessa exclusiva a Israel, aos filhos de Abraão. Todavia a mulher disse: “Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos.” Jesus foi favorável a ela graças a esse discurso movido pela fé no Cristo. Percebeu a semelhança? A história do rico e Lázaro prossegue com a morte de ambos e, no Hades – lugar dos mortos – o homem rico estava em tormentos e viu ao longe Lázaro que estava no seio, no regaço, no colo de Abraão como um filho acalentado pelo pai. Logo o rico clama a Abraão: “Pai Abraão!” Eis um enorme trauma: o rico era filho de Abraão entretanto, Lázaro é quem fora acolhido. Que será esse mistério?

Eis o mistério da adoção revelado na carta de Paulo aos Efésios – Ef 1:3-5:

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade

Glória a Deus! A semelhança do mendigo Lázaro, da mulher cananeia, somos estranhos à Israel e não somos contemplados pelas promessas de Deus para com essa nação. Todavia, Jesus, pelo seu sacrifício nos adotou, nos recebeu como filhos. Agora sim entendo! Quando João Batista disse que mesmo de pedras pode Deus fazer nascer filhos a Abraão. Quando Lázaro morreu não foi recebido por Davi ou Moisés, mediador da aliança entre Deus e Israel, mas adotado pelo Pai Abraão; o pai de Israel, confrontando toda especulação religiosa e toda facção entre os povos, desmontando todo paradigma da limitação da promessa ao pedgree abraâmico.

Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Rm 8:15-17.

Outrora, éramos como pedras rejeitadas, hoje, porém recebemos o Espírito de adoção, fomos feitos filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo. Amém!

David Lira

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